27.4.06

COMO AS COISAS DE BARRO


Mas colo os meus pedaços como um vaso
de barro partido (Jan Stacel)

1


Queríamos ser como as coisas de barro

Existir para aqueles
que às cinco da manhã bebem o café
na cozinha

Pertencer às mesas simples

Queríamos ser como as coisas de barro, feitas
de terra do campo

E que connosco ninguém possa matar

Queríamos ser como as coisas de barro

No meio de
tanto
aço
rolante


2


Seremos como os cacos das coisas
de barro: nunca mais
um todo, talvez
um cintilar
no vento


Reiner Kunze

2 comments:

francesco said...

amo esse poema!!! fiz uma experimentação musical com ele!!! se quiser o mp3 me escreva!!

abraço e parabéns pelo blog!!!

francesco said...

meu endereço: fr_napoli@yahoo.com.br

meu blog:
fanzinezat.zip.net

abraço,

francesco.