27.4.06

MAIS OU MENOS POEMAS DE AMOR



1.
Por ti
deixava de meter o dedo
no meu belo nariz
e de roer as minhas unhas deliciosas

por ti
mandava arranjar os dentes
e comprava um colchão

Por ti
matava a minha barata favorita
que vive no rodapé
junto do estirador


2.
Espanto-me
pelo que
dormimos

essas noites
e o que perdemos


3.
Quantos dias penas
que vou deixar-te?

Frio não é a palavra exacta.

Meto um diamante
debaixo da língua
e tu
podes ir à procura dele.


4.
Podes ter a certeza que da próxima vez
que formos para a cama
ficarei quite

vou enganar-me no teu nome
e hás-de pensar
que aconteceu
acidental

Diane Di Prima